MORTE

Estou aprendendo a ter que encarar a morte como alguma coisa muito próxima, que ronda, que espreita, que me cerca, se tornando cada vez mais familiar, a ponto de quase poder tocá-la!
O mais engraçado que eu trabalho com a morte, afinal eu fico no necrotério do hospital, no qual trabalho, a maior parte do dia e não a "sinto" como no Hospital Veterinário quando estou com a Pitchula. No trabalho ela ( a morte) é fato consumado, quando chega para mim, não há mais nada a fazer, a não ser lamentar a perda!
Eu já passei pela morte da minha mãe, quando era criança, depois a da minha madrasta, que foi uma segunda mãe. Meu marido foi a nove anos, nesse ano meu irmão. A morte está cada vez mais presente, já é quase da família! É um "ente" a mais. E agora todo dia de USP, ela ronda, se aproxima, leva um da maca do lado, outro da UTI, deixa passar o outro, mais um dia, mais um que escapou hoje, mais um que vai hoje, e amanhã? Quem será? Qual será? E médicos tentam driblar... médicos tentam ganhar tempo, ludibriam-na ou ela se finge de esquecida e deixa um ficar mais um pouco...

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